segunda-feira, 28 de março de 2011

Reinheitsgebot - Lei da Pureza da Cerveja e amenidades


LEI DA PUREZA DA CERVEJA



Apesar de ter havido tentativas anteriores, registradas desde 1165, a primeira regulamentação sobre fabricação de cerveja foi decretada em 1487 pelo Duque Albrecht IV da Baviera. Essa regulamentação serviu de inspiração aos Duques de Wilhelm IV e Ludwig X, para que em 23 de abril de 1516, se reunissem em Ingolstadt, região central da Bavaria Alemã e estabelecessem a Reinheitsgebot (lei da pureza), que protegia e organizava a produção da cerveja em toda a região, estipulando regras, impostos e principalmente estabelecedo alguns padrões para a bebida.

 
"Mass" - canquinha de 1 litro
 No geral, foram tomadas as seguintes medidas:
 - 01 Maß (pronunciado mass, canecões de um litro) deveria, por lei, custar entre 1 e 2 centavos de marco. (Essa eu queria em vigor até hoje !)
 - Biersteuergesetz, ou o imposto da cerveja,
 - Bierzwang (coerção da cerveja), que permitia aos taberneiros e estalajadeiros servir apenas a cerveja produzida (e taxada) localmente ou na jurisdição municipal em que se encontrasse.

- Reinheitsgebot (lei da pureza). Em todo o território e dependências da Bavária, apenas três ingredientes poderiam ser utilizados na fabricação de cerveja: água, cevada e lúpulo. Não se mencionava levedura, porque não se tinha real conhecimento da participação dela no processo. Era considerada uma dádiva dos céus (aleluia)

A criação da Lei foi justificada pela necessidade de controlar a demanda de trigo. Havia um grande consumo de trigo para fabricação da cerveja, o que estava encarecendo o pão. Nossos grandes amigos, preferiam produzir cerveja em vez de pão ! Justo !
Vale a pena ressaltar que na Idade Média e Renascença, não existia sequer um conceito de alcoolismo. A cerveja era considerada um alimento e em particular servia como um lubrificante social. Não existiam restrições em beber cerveja, e ela era servida para toda a família, até mesmo no café da manhã. Beber muito era como "comer muito" e nada mais que isso! Se valesse para os dias de hoje seria comum você ao visitar sua avó ouvir: "filho, você esta tão magrinho, vovó vai pegar um maß ali na geladeira para você ! (bons tempos !...se não fossem as pestes, guerras, falta de alimentos....he he he)
Em 1492, ano marcado pelo descobrimento da America por Cristovão Colombo e pela Reforma Protestante desncadeou uma onda de mudanças que quase destruiu a estrutura dos mosteiros cervejiros.
Aleluia irmãos, não conseguiram !

Obter o direito de produzir cerveja comercialmente não era fácil. A atividade era fortemente controlada por ser uma boa fonte de impostos. Em 1514 em Paris, estabeleceu-se uma exigência de 3 anos de formação para que alguém pudesse se habilitar a a abrir uma cervejaria comercial.

Já em 1987, Michel Debus (O Mr. Bean - saca a boca do cara), representando os frabricantes de cerveja da região de Estrasurgo, apelou à corte Europeia contra o que chamou de protecionismo de mercado por parte dos Alemães.
Em 1993, a original Reinheitsgebot (lei da pureza) se transformou na Vorlaufiges Deustcches Biergesetz (Lei Provisória da Cerveja Alemã), proibindo o uso de cevada não-maltada, mas permitindo o uso não só do trigo como também do açucar de cana.

A lei da Pureza sobreviveu 400 anos, passando até pelo Terceiro Reich, onde também foi adotada. Hoje algumas cervejarias estampam em seus rótulos o selo de "Segundo as Leis da Pureza", pura propaganda, porque o que fica de verdade é que essa lei teve/tem uma importância incomensurável, mas suas diretrizes não precisam ser tidas como verdade absoluta.

As escolas Belga e Inglesa tem uma importância tão grande quanto a escola Alemã, e nos da a oportunidade de experimentar cervejas frutadas, adocicadas, picantes e outras infinidades incontestáveis de sabores e aromas ao gosto de cada freguês.

Falar que só a cerveja alemã "presta" ou só a que segue a Lei da Pureza é boa, diminui incrivelmente nossas opções,seria o mesmo que dizer que a única carne boa para churrasco é a picanha.
Por isso meus amigos, viva a Lei da Pureza que aponta o caminho da água, malte, lúpulo e que somado ao levedo e outros tantos ingredientes, nos brinda com essa joia social.

PROST e inté



Font: Larousse da Cerveja - Ronaldo Morado 

terça-feira, 22 de março de 2011

Guinness e ameninades

Guinness - Murphy's - Wexford

Outro dia no supermercado vi dois amigos conversando com um lata de Guinness de na mão. Um falou para o outro: “dizem que se balançar ela gela na sua mão”

O cara vai e balança a lata freneticamente e diz: “[mineires mod ON] uai [mineires mod OFF] não aconteceu nada não!

Logico que não! Pequenos Gafanhotos!

São dessas coisas que eu quero falar. Coisas que eu mesmo confesso era alimentado por muitas lendas como essas e outras do nível: “essa bolinha serve para misturar a cerveja LOL!

Mas finalmente, depois de muito ouvir balela eu encontrei as respostas!

Primeiro: Vamos à apresentação: A bolinha chama-se: ”widget”
Outra revelação assustadora: Não é peculiaridade somente da Guinness.

É usada também nas "primas" no estilo. (ex: Guinness - Murphy's - Wexford....etc)

Agora vamos direto ao assunto: Para que serve então?

É lógico que quando você bebe uma cerveja, a última coisa do mundo que você estará pensando serão fórmulas matemáticas, teoremas e tal. Até porque uma lata de cerveja quando aberta produz um assustador "fssssss" que distrai qualquer cidadão, sendo ele bebedor de cerveja ou não. Não dá para ficar pensando em outra coisa, senão na desgustação literal do produto.

Pois bem.

Aquela espuma densa e cremosa, oriunda das melhores Stout’s, é devido à diferença de pressão no seu interior ocasionada na abertura. Essa diferença faz com que uma pequena quantidade de cerveja e nitrogênio seja expulso do interior da esfera (widgets).
A mistura do nitrogênio dissolvido juntamente com o dióxido de carbono torna a cerveja menos ácida e dá uma espuma mais cremosa e com bolhas relativamente menores que as cervejas que possuem apenas CO2 dissolvido.

Sacou meu camarada? 

E tem mais....William Lee, físico do Mathematics Applications Consortium for Science and Industry da Universidade de Limerick, na Irlanda, tem feito estudos e concluído que seria mais ambientalmente amigável, a adição de fibra de celulose no interior das latas do que a injeção de nitrogênio como é feito atualmente
Utilizando o seu modelo, os pesquisadores calcularam que incluir um pedaço de material fibroso de 2,9 cm² dentro da lata geraria bolhas suficientes para causar o mesmo efeito da esfera pressurizada desde que a cerveja seja servida lentamente.
Será que podemos dizer que a nova “eco-cerveja” virá com o tira-gosto dentro?


Em tempo: Ao despejar a sua Stout no copo ou logo após a saída do bico da chopeira o tempo para formação da espuma é mais ou menos uns 30 segs, podendo variar de acordo com a temperatura do ambiente. Por isso, em alguns pubs, nota-se fileiras de copos cheios antes de ir para mesa.


Em tempo 2: Esse tempo para a formação da "cabeça da espuma" não se chama "decantação" como um amigo sugeriu uma vez, e nem é necessário fazer na mesa.


Inté

sábado, 19 de março de 2011

Veni vidi vici - amenidades

Cheguei do Saint Patrick's Day

De cara ressalto:
O profissionalismo e tratamento pela dupla de dois José Felipe e Tiago da Wals.
A festa.
Conhecer "in loco" ao vivo e a cores, e em carneossoecamera meu confrade Marcio Rossi.
O contínuo carinho e atenção do casal Patrus&Gabriela da Grimor.
A presença do Juliano e esposa, do Rima dos Sabores.

Teve bão também, provar de primeira mão a novidade da Cerveja Vinil e conhecer seus "pais"
O reencontro do casal Play&Ganso, que são um só.
Saber que o Ganso, esta fabricando cerveja, mesmo com nome falso.
Tomar chopp Wals, TRI and QUAD na pressão.
E a presença dos meus amigos irmãos Ale & Bruno! (SHOW DE BOLA)

Não necessariamente nessa ordem.
E por fim, saber que choro no Lata Velha e Lar Doce Lar, sobrio e embriagado.

Poder dormir feliz....

Saint Patrick’s Day e amenindades - EU VOU


O Dia de São Patrício (Saint Patrick’s Day, em inglês, e Lá ’le Pádraig u Lá Fhéile Pádraig, em irlandês), é a festa anual para celebrar o santo, que foi um missionário cristão considerado o fundador da Igreja Católica na Irlanda. É normalmente comemorado no dia 17 de março, feriado naquele país. Nesse dia há desfiles pelas ruas das grandes cidades irlandesas. As pessoas vestem-se de verde e pintam os tradicionais trevos de três folhas na face. O verde é associado ao dia de St. Patrick porque é a cor da Primavera, da Irlanda (considerada a Ilha Verde) e do trevo.
O trevo era utilizado pelo santo para explicar como a Santíssima Trindade representava o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Com o passar do tempo, as conotações religiosas da comemoração do Dia de São Patrício foram ficando cada vez mais distantes, e a data passou a ser uma celebração da amizade e da cultura irlandesa.
Na verdade, o que acontece hoje nada mais nada menos do que uma boa desculpa para a moçada encher a lata. POr isso, sem muito mais churumelas, me deêm licença porque estou me concentrando para o evento !
Com essa bela canção, me despeço !


Inté !

sexta-feira, 11 de março de 2011

Amenidades – Como tudo começou


Na Alemanha, a paixão pela cerveja – também chamada por alguns de vinho de cevada – é tamanha, que seu consumo per capita anual é de 140 litros (contra 20 litros de vinho). Alguns historiadores afirmam que a cerveja foi inventada pelos egípcios, assim como há registros de sua existência na Babilônia há mais de 6 mil anos.
Existem alguns que citam que essa bebida veio derivada do hidromel, mas efim isso no fundo no fundo, para mim não importa muito.
A minha paixão começou quando ganhei um livro sobre o assunto. Praticamente 13 meses atrás.
Isso poderia ser evitado se não fosse a intervenção da D. Patroa. O que ocorreu de fato é que eu vi o livro na casa de um amigo e fiquei horas foliando. Minha mulher percebeu e, tempo depois comprou e me deu de presente.
Essa paixão se dependesse de mim não teria ido para frente porque apesar de ter ficado impressionado com a seriedade que o livro dava a um assunto tão banal me impressionou, mas não a ponto de querer comprar e estudar o assunto.
Como presente eu não desperdiço, e tinha gostado deveras dele, baixei a lente com carinho.
Com o livro vieram amigos em comum que estudavam e amavam o assunto, logo em seguida os fóruns e debates em variados sites. Isso tudo me deu carga para buscar a conhecer mais, aí vieram os fabricantes, degustadores, colecionadores e afins.
Lógico que o novo ambiente ajudou a alimentar a curiosidade. Não estavam ali caras que se juntavam para “encher a cara” como eu costumava fazer tempos atrás em botecos., mas o povo reunia para fazer três coisas: experimentar, trocar sensações e comer.
Ops ! Comer não, “harmonizar”.

Essa cerveja Harmoniza com essa carne, que não combina com aquela massa....efim, um mundo de sabores e aromas.
Tudo sempre em algum ambiente para lá de “supimpa” !
Hoje além dos amigos e uma infinidade de trecos adquiri uma experiência culinária que tem me trazido mais outros tantos amigos e mais ainda um bocado de aprendizado.
Copos, bolachas, tampinhas, canecas, livros e mais amigos, fazem parte do meu acervo.
Não quero aqui “endemonizar” aqueles que não foram biervangelizados, como os caras costumam falar, porque é indiscutível o papel social da cerveja e as deliciosas rodas de bar. Confesso que tem se tornado difícil ter prazer no primeiro gole, nas AMBEV’s e similares comerciais de massa. É o custo do que aprendi vendo a mistura do malte, cevada, água e lúpulo originalmente sendo feita e os aromas e sabores inerentes.
Para finalizar, comunico: não quero ser excluído dos convites para churrascos, boteco e afins, contino sendo a mesma pessoa, só que com um faro mais apurado. Apenas quis comentar que se pode tirar proveito de qualquer coisa que você goste.
Basta ter atenção e tentar fazer da melhor maneira que você agüentar ! Vide esse blog ;-)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ola Dubh30 Special Reserve



Essa cerveja é impressionante.
Ola Dubh (ou Óleo Negro) é uma fantástica Old Engine Oil maturada em barris de whisky puro malte. Desenvolvida em colaboração entre a Harviestoun Brewery, a microcervejaria mais inovadora da Escócia, e Highland Park, com um dos mais respeitados puro malte do mundo.

O whisky Highland Park 30 esteve na Whisky Bible de 2010 como o melhor single malt (28-34 Years) com 95.5 pontos, e o que basicamente a cervejaria Harviestoun Brewery, fez, foi comprar os barris aonde ficaram guardados os malt da Highland por 30 anos e deixaram essa joia de cerveja maturar dentro.

Resultado, foi uma cerveja encorpada, escura, densa e com sabores de malte da cerveja e do whisky. Uma maravilha !

Eu provei a garrafa de nº16687. A cerveja escura, negra, com translucidez zero ela não apresentou espuma quase nenhuma. Na boca, um doce malte de whisky e madeira.O teor alcoolico dela remete para uma bela dose de whisky, mas não compromete o proposito de ser uma cerveja.

terça-feira, 8 de março de 2011

Grimor 3

Belo Horizonte é uma cidade que guarda muitas particularidades. Nossa nano metropole, tem um pouco de capital e muito mais de interior.
O que poucos sabem, é que Minas está se tornando uma referência no mercado cervejeiro. Melhor ainda é saber que a maioria das excelentes cervejas estão sendo fabricadas aqui mesmo em Belo Horizonte.
Uma das jóias da mistura de água, malte e lúpulo, é a Grimor, cerveja caprichosamente criada pelo casal Patrus&Gabriela, que ao pé da Serra do Curral, produz essa belezura, e que para muitos degustadores, alcançou a nota 4 com média de nota 3,7, superando as mais famosas cervejas.
A Paulaner e a Hofbrau, por exemplo tem média, dentro do mesmo estilo (oktoberfest/Marzen) 3,0 e 3,5 respectivamente na avaliação geral dos degustadores.
A Grimor é fabricada aqui na Serra do Curral, bem antes do BH Shopping, em uma super grande micro instalação.
Invejo os vizinhos que podem sentir os aromas durante sua produção. Eu mesmo já estive lá, durante o processo e lembro com saudades dos aromas desprendidos.
Passar pelo cicuito cervejeiro mineiro e não bebericar uma Grimor, equivale a ir ao Rio e não ver o cristo redentor !